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Dois brasileiros estão entre os presos por participação em tumultos no Reino Unido
18/08/2011

Ao menos dois brasileiros estão entre os presos sob acusação de terem participado da onda de violência que tomou conta do Reino Unido na última semana, segundo informação divulgada pela mídia inglesa. Leandro Santos de Vasconcelos, 21, é acusado de arrombamento e roubo de uma joalheria no centro de Manchester. E  Anderson Fernandes, 22, é acusado de ter furtado duas bolas de sorvete em uma loja.
 
Ambos tiveram fiança recusada pela Justiça britânica. No caso de Vasconcelos, segundo o jornal "Manchester Evening News", não foi apresentada defesa e seu caso foi suspenso. Fernandes, por sua vez, teria, segundo os jornais britânicos, se juntado aos tumultos por acaso, pois ele acabava de sair de uma audiência na qual fora indiciado por porte de armas e drogas.

O promotor do caso diz que Fernandes pegou um cone e duas bolas de sorvete de café, lambeu e passou para uma mulher que participava dos distúrbios, porque ele não teria gostado do sabor. Na casa dele - segundo a polícia inglesa - também foram encontrados em sua casa outros produtos oriundos de furtos.
 
A severidade de alguns juízes britânicos contra os detidos nos distúrbios da semana passada suscitou várias críticas, depois da condenação de dois jovens a quatro anos de prisão por terem incitado no Facebook atos de violência que não chegaram a se concretizar.

Organizações não governamentais e ativistas dos direitos humanos consideraram desproporcionais as penas infligidas na terça-feira a Jordan Blackshaw, 20, e Perry Sutcliffe-Keenan, 22, as mais duras proferidas até agora ligadas à onda de violência de quatro dias registrada em Londres e em outras cidades inglesas, principalmente em Birmingham e Manchester.

Em meio ao caos, Blackshaw criou um evento no Facebook intitulado "Destruir a Cidade de Northwich" (noroeste da Inglaterra), enquanto Sutcliffe-Keenan abriu uma página denominada "Organizemos um motim", incitando à violência em sua cidade de Warrington (noroeste). Mas os dois casos não tiveram prosseguimento.

Nenhum dos dois era acusado de participar ativamente dos distúrbios que levaram à prisão de mais de 3.000 pessoas, mais de 1.200 das quais já passaram por tribunais que têm funcionado quase ininterruptamente desde os distúrbios que terminaram na madrugada de 9 a 10 de agosto.

"A pressa em dar uma mensagem está levando a sentenças muito ruins, que serão anuladas em apelação", declarou o diretor de campanhas da organização Howard League for Penal Reform, Andrew Nielson.

Outros juízes infligiram duras penas no resto do país, como em Brixton, sul de Londres, onde um estudante universitário de 23 anos, sem antecedentes criminais, foi condenado a seis anos de prisão por roubar uma caixa-dágua no valor de 3,50 libras (R$ 9,20), durante o saque a um supermercado.

A maior parte dos suspeitos foi sentenciado por tribunais superiores que tem poder para impor penas de prisão mais duras. Não foi concedida fiança a dois terços dos acusados, sendo que a taxa usual é de 10%.

Fotne: www.espacovital.com.br